本書は19世紀ポルトガル文学を代表する作家エサ・デ・ケイロスの約35年にわたる文学活動を、社会問題への関心という視点から分析した研究書です。エサと同時代のアンテロ、ラマーリョ・オルティガォン、ジュンケイロ、オリヴェイラ・マルティンスら「70年世代」の知識人たちは、教説、批判的小説、パンフレット詩、ビジョナリーな頌歌など多様な形式で、19世紀後半のポルトガル社会とその改革の必要性に取り組みました。聖職者の現状、女性の地位、ジャーナリズム、政治、ロマン主義文学、教育、司法行政、軍事制度、労働者階級の台頭、産業と金融システムの脆弱性など、彼らは同時代のポルトガル社会生活に最も鋭く批判的で包括的な眼差しを向けました。本書では作家の階級的条件、社会主義への忠誠、フランシスコ会的伝統など多角的にエサの思想を論じ、未知の書簡や記事も付録として収録しています。


- Prefacio de Carlos Reis

Description:
Nos termos genéricos em que pode iniciar-se este texto preambular) importa lembrar desde já que se há questão que domina toda a obra queirosiana, em cerca de 35 anos de vida literária) essa questão é a questão social. Evidentemente que) colocado o problema nestes termos) pouco significa a asserção enunciada) pois que) no fundo) a muitos outros escritores ela poderia convir) designadamente aos que consideramos companheiros de geração do autor d’Os Maias.

Como Eça de Queirós) também Antero e Ramalho Ortigão) Junqueiro e Oliveira Martins colocaram no centro das suas respectivas práticas culturais as questões sociais: elaboradas no plano doutrinário) em registo de ensaio com intuito pedagógico) em discurso historiográfico) em romances de análise critica) em poesia panfletària ou em odes de inflamado visionarismo social) as práticas culturais da chamada Geração de 70 giram em torno de eixos temáticos que directamente têm que ver com a conformação da sociedade portuguesa da segunda metade do século XIX e com as reformas que ela requeria.

E assim) da condição temporal do clero à situação da mulher) do jornalismo à política) da cultura literária romântica ao estado das escolas e do ensino) da administração da justiça à instituição militar) da emergência de um proletariado activo às fragilidades da indústria e do sistema financeiro, pode dizer-se que a Geração de 70 lançou sobre a vida social portuguesa do seu tempo o mais incisivo) critico e abrangente olhar que alguma vez foi consagrado por um grupo de intelectuais ao seu país.
- DE PREFACIO


INDICE:

Prefacio......11

I. O condicionalismo de classe e o escritor......17
II. As angustias financeiras do escritor......23
III. O escritor e a sua familia literaria......29
IV. Uma carta de amor de Fradique Mendes, desconhecida......37
V. A fase do historicismo e do idealismo......45
VI. Fidelidade ao socialismo......53
VII. O franciscanismo e a sua tradição em Portugal......67
VIII. «Frei Genebro» - Prólogo do «S. Cristovão»......77
IX. O «Santo Onofre»......84
X. O amor de Cristo e o culto do Diabo......99
XI. S. Cristovão, simbolo nacional......113
XII. S. Cristovão, simbolo universalista......121
XIII. A caminho duma nova mistica......131
XIV. Nota final......137

Apêndice – Dois artigos desconhecidos de Eça de Queiroz......139

Cartas familiares de Paris......139
Ecos de Paris......151

Registro bibliografico......153